TOPO

“Guia do transporte público de Londres: metrô, ônibus e mais”


O transporte público em Londres, sem dúvida, é uma mão na roda para o turista. Ele encurta as distâncias dessa cidade tão grande e, assim, torna a vida de quem quer explorar o destino muito mais fácil.

A última novidade implementada soma ainda mais pontos no quesito facilidade. Agora, é possível pagar a passagem com cartões de débito ou crédito por aproximação.

Porém, por mais que não existam grandes mistérios por trás do uso do transporte público de Londres, o sistema tarifário pode parecer confuso no início. Por isso, reunimos neste artigo uma série de informações importantes que vão te ajudar a usar o metrô, o ônibus e o trem londrino. Confira a seguir!

O SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO EM LONDRES

A rede de transporte público de Londres é composta, substancialmente, pelo metrôônibus e trens.

O metrô, sem dúvida, é o mais utilizado. Ele é rápido, eficiente e cobre os principais pontos turísticos da cidade.

Já o ônibus tem a vantagem de ser um pouco mais econômico do que o metrô, além de garantir um praticamente um passeio turístico durante o percurso. Mas, com o caótico trânsito londrino, ele tende a ser a opção mais demorada para percorrer longas distâncias.

Por fim, o trem entra como uma opção prática e rápida para os deslocamentos intermunicipais, já que seu principal papel é conectar Londres a outras cidades e regiões. Por isso, ele ganha como melhor alternativa para as viagens de bate e volta, por exemplo.

Já os métodos de pagamento entram num tópico que gera confusão. Afinal, existe o cartão de transporte londrino, chamado de Oyster; os cartões de débito/crédito contactless; e, ainda, os travelcards, que podem ser impressos ou carregados no Oyster.

Abaixo, falaremos com mais detalhes sobre cada um desses meios de transporte, com valores e dicas para utilização, bem como sobre os métodos de pagamento disponíveis.

Metrô de Londres

Estação de metrô em Londres

Foto: Felix Hanspach via Unsplash

Chamado pelos londrinos de Tube ou Underground, o metrô de Londres tem mais de 150 anos de história, sendo o maior da Europa e o mais antigo do mundo!

Ele é composto por 11 linhas que percorrem 9 zonas tarifárias, anéis que subdividem a cidade e determinam o valor final da passagem.

Outro fator que interfere no preço final do seu bilhete é o horário. Isso porque as locomoções na hora de pico são mais caras.

Em resumo, o valor da viagem depende do horário e do número de zonas percorridas durante o trajeto.

Linhas e zonas tarifárias

Os principais pontos turísticos da cidade estão nas Zonas 1 e 2, assim como as zonas hoteleiras. Portanto, dificilmente você as ultrapassará durante os dias de passeio. Já o Aeroporto de Heathrow, o principal de Londres, fica na Zona 6.

As 11 linhas do metrô recebem nomes em vez de seguir uma ordem numérica e são identificadas por cores, o que simplifica a memorização:

  • Central: vermelha;
  • Bakerloo: marrom;
  • Circle: amarela;
  • District: verde;
  • Jubilee: cinza;
  • Hammersmith & City: rosa;
  • Metropolitan: magenta;
  • Northern: preta;
  • Piccadilly: azul escura;
  • Victoria: azul clara;
  • Waterloo & City: turquesa.

Abaixo, você confere todas as linhas e zonas tarifárias do metrô. Você também pode visualizar o mapa aproximado e em melhor qualidade aqui ou nas versões impressas expostas nas estações de metrô.

Horários de pico (peak e off-peak)

O preço da tarifa de metrô sobe caso você utilize o transporte no horário de pico (peak), da mesma forma que fora dele (off-peak), a tarifa fica mais baixa.

Por isso, é interessante saber quais são esses horários:

  • Peak: de segunda a sexta das 6:30h às 9:30h e das 16h às 19h, salvo em feriados;
  • Off-peak: sábados, domingos e feriados e de segunda a sexta das 9:31h às 15:59h e das 19:01h às 6:29h.

Preço por percurso

O valor final da viagem no metrô sempre levará em conta a combinação de dois fatores: o número de zonas percorridas e o horário da viagem.

No site oficial do transporte público de Londres você pode simular as rotas e descobrir o valor para o trajeto desejado.

A título exemplificativo, simulamos algumas hipóteses tarifárias considerando deslocamentos entre as Zonas 1 e 2, que são as mais utilizadas pelos turistas:

  • Zona 1 em horário de pico: £2,80
  • Zona 1 fora de horário de pico: £2,70
  • Zonas 1-2 em horário de pico: £3,40
  • Zonas 1-2 fora de horário de pico: £2,80


O cômputo do horário e das zonas percorridas é realizado através da aproximação do cartão de transporte (ou de débito/crédito, como veremos mais adiante) nas catracas durante a entrada e saída do metrô.

Teto tarifário diário (daily cap)

Outra característica do metrô de Londres é que, apesar da tarifação individual por viagem, há um teto máximo de cobrança por dia.

O chamado daily cap, que é o teto máximo diário que você paga pelo uso do metrô de Londres, é contabilizado pelos transportes públicos (metrô + ônibus) usados entre às 4:30h da manhã e às 4:29h do dia seguinte.

Esse teto varia de acordo com as zonas percorridas (valores aplicados a partir de 03/03/2024):

  • Zona 1:  £8.50
  • Zonas 1-2:  £8.50
  • Zonas 1-3:  £10.00
  • Zonas 1-4:  £12.30
  • Zonas 1-5:  £14.60
  • Zonas 1-6:  £15.60


Um detalhe importante para que o daily cap seja aplicado é utilizar o mesmo cartão para o pagamento de todos os deslocamentos. Do contrário, não há como relacionar as viagens.

Teto tarifário semanal

Assim como existe o limite máximo diário de cobrança pelo uso do metrô, também existe o limite máximo semanal, o weekly cap.

Novamente, você deve usar o mesmo meio de pagamento para que o sistema identifique quando você atingir esse teto semanal.

Outro fator importante é que para fim de aplicação desse teto, a semana é contabilizada necessariamente de segunda-feira ao domingo.

Já o teto, novamente, varia de acordo com as zonas percorridas (valores aplicados a partir de 03/03/2024):

  • Zona 1:   £42.70
  • Zonas 1-2:  £42.70
  • Zonas 1-3:  £50.20
  • Zonas 1-4:  £61.40
  • Zonas 1-5:  £73.00
  • Zonas 1-6:   £78.00

Horário de funcionamento do metrô

O metrô de Londres circula, por regra, das 5h às 00h de segunda a sábado e das 7h às 23h aos domingos.

Porém, às sextas e sábados as linhas Central, Victoria, Piccadilly, Jubilee e Northern funcionam 24 horas.

Planejamento das rotas

No mapa que disponibilizamos e nas próprias estações de metrô você pode checar as linhas que melhor servirão à sua viagem.

No entanto, para maior praticidade, a nossa recomendação é simular as rotas em aplicativos como o Google Maps, CityMapper e Moovit, que funcionam super bem em Londres.

Cuidados ao usar o metrô de Londres

Aqui vão alguns pontos de atenção que frequentemente confundem o turista desavisado:

  • Algumas plataformas do metrô de Londres recebem trens de mais de uma linha. Por isso, antes de embarcar, cheque a sinalização do trem;

  • Algumas linhas bifurcam e seguem caminhos diferentes. É o caso das linhas District e Northern, por exemplo. Para seguir o caminho que de fato deseja, preste atenção à informação ‘via’ que estará no painel eletrônico das plataformas.


Leia também:


Ônibus em Londres

Ônibus do transporte público de Londres no Big Ben

Foto: Michal Collection

Os icônicos ônibus vermelhos de dois andares, chamados de Double Decker, são outra alternativa de transporte público em Londres.

É fato que para trajetos mais longos, entre bairros, o metrô será mais ágil. Mas para percursos curtos, pode ser que o ônibus seja a melhor opção. Além disso, o visual icônico desses ônibus e a vista panorâmica dos assentos do andar superior garantem um passeio quase turístico durante os trajetos.

Preço

Além de custar menos que o metrô, a tarifa do ônibus se diferencia por ser fixa, independente das zonas percorridas, distância ou horário. 

Com isso, o bilhete de ônibus sai pelo valor fixo de £1,75.

Teto diário

Assim como acontece com o metrô de Londres, quem usa o ônibus com frequência também se beneficia do teto diário.

O daily cap, caso você use apenas o ônibus para se deslocar, é de £5,25. Isso significa que, a partir do quarto ônibus do dia, você não pagará mais pela passagem.

Teto semanal

O teto semanal, ou weekly cap, também se aplica para o uso exclusivo dos ônibus. Nesse caso, o valor é de £17,30.

Novamente, a semana é contabilizada de segunda a domingo.

Horário de funcionamento dos ônibus

O horário de funcionamento das linhas regulares de ônibus é o mesmo do metrô, das 5h às 00h nos dias de semana e das 7h às 23h aos finais de semana.

No entanto, existem também algumas linhas que funcionam 24h. Elas são identificadas com a letra N (de ‘night’) na frente do número.

Planejamento das rotas

Para planejar as melhores rotas de ônibus, a tecnologia será mais uma vez a sua melhor amiga.

Os aplicativos Google Maps, CityMapper e Moovit são as nossas recomendações na cidade.

Dica para utilizar os ônibus de Londres

Uma dica importante sobre os ônibus de Londres é que não existe cobrador nos veículos. Por isso, você deve pagar sua passagem com cartão por aproximação ou com seu Oyster.

Ao embarcar, você verá uma máquina para aproximar seu cartão e fazer o pagamento. Diferente do metrô, você apenas o encostará uma vez, ao entrar.

Trens em Londres

Trem na estação King's Cross

Estação King’s Cross | Foto: Anutrs Images

As viagens de bate e volta partindo de Londres, em sua maioria, são feitos via trem, já que é esse o transporte público que melhor conecta a capital aos municípios próximos.

Mas, diferente do que acontece em outros destinos europeus, o serviço de trem da capital britânica não é estatal e desde 1990 é realizado por empresas privadas. Com isso, não existe apenas uma responsável pelas linhas.

Por isso, o melhor lugar para conferir todos os trajetos disponíveis, tarifas, horários, assim como comprar sua passagem é no site da National Rail.

Fique atento apenas à estação de trem que partirá seu transporte. Londres conta com diversas estações espalhadas pela cidade sendo uma das principais e mais centrais a King’s Cross. Inclusive, é nela que está um dos atrativos turísticos mais buscados pelos fãs do Harry Potter, a plataforma 9 ¾.

COMO PAGAR O TRANSPORTE PÚBLICO EM LONDRES

O transporte público de Londres tem sistema de pagamento unificado para o metrô e para o ônibus.

Até pouco tempo, a principal forma de pagar as passagens era usando o Oyster, cartão pré-pago inteligente que calculava o preço das tarifas.

Porém, uma novidade deixou esse sistema ainda mais fácil e prático. Isso porque os cartões de débito ou crédito habilitados para pagamentos por aproximação (os chamados contactless) agora são aceitos nas catracas dos metrôs e ônibus londrinos.

Entenda abaixo como funciona cada um desses meios de pagamento:

Cartão de débito ou crédito por aproximação

Foto: (c) Transport for London

Agora, basta aproximar seu cartão de débito ou crédito com a função contactless habilitada para passar pelas catracas de metrô e ônibus de Londres. Isso vale também para os cartões adicionados na carteira digital do celular.

Um ponto importante é que, para tirar vantagem dos tetos diárias e semanais aplicáveis, como vimos acima, você deve usar sempre o mesmo cartão para todos os pagamentos.

Outro detalhe é que não é permitido o uso de um mesmo cartão para mais de uma pessoa.

Qualquer cartão habilitado para uso internacional funcionará nos transportes. Ou seja, você pode tanto usar o seu cartão de crédito ou débito brasileiro (desde que seja internacional), quanto um dos vários cartões multimoedas disponíveis no mercado, como os da Wise, Nomad, C6 Global e similares.

Dica: dentre os cartões que simulamos, o da Wise é atualmente o que leva mais vantagem na conversão de reais para libras esterlinas.

Cartão Oyster

Foto: (c) Transport for London

Outra opção para pagar o transporte público de Londres é o Oyster. Esse cartão de transportes é individual e é vendido em máquinas de autoatendimento do metrô por £7. Antigamente esse valor era reembolsado ao devolvê-lo, mas hoje em dia isso não acontece mais.

Você carrega seu Oyster com créditos nas mesmas maquininhas e escolhe entre duas modalidades: a pay as you go (quando cada viagem é debitada do seu saldo individualmente) ou os passes chamados Travelcards.

No entanto, diante da possibilidade de usar os cartões de crédito/débito para os pagamentos, fato é que não há mais muitas vantagens em comprar e utilizar o Oyster no transporte público de Londres.

Travelcards

Foto: (c) Transport for London

Além das tarifas e métodos tradicionais de pagamento, que são pensados para o uso ordinário e corriqueiro do transporte público de Londres, existem ainda os Travelcards, focados principalmente na necessidade dos viajantes.

Esses cartões de transporte turístico se diferenciam por ter uma maior abrangência e por garantir viagens ilimitadas dentro do período escolhido.

Vale dizer que o passe não é o método mais vantajoso para a maioria dos viajantes.

Como suas tarifas são relativamente altas, o viajante médio – que se hospeda e visita majoritariamente a zona central da cidade – tem mais vantagem nos bilhetes avulsos e se beneficiando do daily cap e/ou weekly cap.

De todo modo, essa análise deve ser feita caso a caso. Abaixo, exploramos melhor a abrangência, valores e outros detalhes dos Travelcards.

Abrangência

Existem quatro opções de Travelcards: o diário, o semanal, o mensal e o anual. Você escolhe quais zonas deseja percorrer e os horários, podendo viajar de forma ilimitada pelo período válido do seu passe.

Nas zonas para as quais é válido, ele oferece viagens ilimitadas nos ônibus e metrô, além de outros meios de transporte complementares que conectam principalmente a zona metropolitana e arredores: bondes elétricos (sul de Londres); DLR (leste de Londres;) London Overground e National Rail (trens suburbanos).

Validade

O Travelcard pode ser diário, semanal, mensal ou anual. Ele é valido a partir da sua ativação, que pode acontecer em qualquer dia da semana, até o final do dia do período selecionado.

Ao comprar um travelcard diário, no entanto, você deverá escolher entre os horários off-peak (fora do pico) ou peak (qualquer horário). Logo, você só poderá viajar de acordo com os horários selecionados. Apesar disso, o custo na maioria dos casos é o mesmo. 

Preços dos travelcards

Os preços dos travelcards diários e semanais, que são os que servem melhor aos turistas, seguem a seguinte tabela (a partir de 03/03/2024):

Zonas Diário (peak) Diário (off-peak) Semanal (7 dias)
Zona 1 £15.90 £15.90 £42.70
Zonas 1-2 £15.90 £15.90 £42.70
Zonas 1-3 £15.90 £15.90 £50.20
Zonas 1-4 £15.90 £15.90 £61.40
Zonas 1-5 £22.60 £15.90 £73.00
Zonas 1-6 £22.60 £15.90 £78.00

Onde e como comprar o travelcard

Os travelcards diários funcionam por meio de um bilhete impresso e são vendidas mas máquinas do metrô e estações de trem, bem como nos Centros de Informações Turísticas (veja os locais).

Já os travelcards semanais, mensais e anuais devem necessariamente ser carregados em um Oyster (ou seja, ainda há o custo de £7 pelo cartão) em máquinas do metrô e estações de trem, Centros de Informações Turísticas ou no app da Oyster para quem já possui o cartão.

DEFININDO O MELHOR TRANSPORTE PÚBLICO EM LONDRES

Uma vez em Londres, pode ter certeza, você usará o transporte público.

O metrô será seu grande aliado, ainda mais para percursos longos. Já o ônibus pode ter vantagens para trajetos menores, uma vez que ele custa menos que o metrô e garante um breve sightseeing.

Por fim, você usará o trem pontualmente, principalmente se programar um bate e volta no seu roteiro de viagem.

Para usar o transporte público sem erro, baixe o aplicativo simulador de rotas de preferência no seu celular e, caso você não tenha um plano de dados, use o Wi-Fi do hotel ou restaurante para planejar os trajetos previamente. Vale também pode baixar o mapa de Londres no Google Maps para uso offline, assim ao menos terá acesso ao GPS mesmo sem conexão à internet.

Por fim, quando o assunto é pagamento, tenha em mãos um cartão de crédito ou débito liberado para pagamentos por aproximação e use-o para pagar suas passagens. Esse é atualmente o método mais prático e, na grande maioria das vezes, o mais econômico.

A outra alternativa é adquirir um Oyster, que no entanto só acaba fazendo sentido para quem pretende usar o travelcard semanal. Ainda assim, vale avaliar se os benefícios desse passe serão de fato vantajosos para a sua viagem.

Você sabia?

O Viaja que Passa ganha uma pequena comissão a cada reserva que você faz através dos links dos nossos parceiros. Você não paga nada a mais por isso e nos ajuda a continuar publicando conteúdos autorais e imparciais para ajudar na sua viagem!

Tags:  

«
»