Montar um roteiro em Santiago é perceber que os dias pela cidade nunca serão iguais. Um dos maiores encantos da capital chilena é o mundo de possibilidades que oferece. Em um único lugar dá para ficar perto de cenários cosmopolitas, vinícolas aconchegantes, praias do Pacífico e montanhas nevadas.
Toda essa versatilidade faz com que o destino seja um prato cheio para os mais variados perfis, além de um queridinho entre brasileiros. Eu me incluo nas estatísticas e é muito provável que você faça parte do time também.
Neste artigo, descubra como aproveitar da melhor forma o tempo que tem disponível em Santiago. Veja, ainda, algumas dicas práticas para otimizar sua experiência e deixá-la mais fácil. Vamos lá?
COMO CHEGAR E SE LOCOMOVER EM SANTIAGO
O maior aeroporto de Santiago é o Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez (SCL). Ele é a principal porta de entrada daqueles que chegam de outros países, incluindo o Brasil. Bem estruturado, o local apresenta boas formas de deslocamento para outros pontos da cidade.
Partindo dali, é possível chegar ao seu hotel de táxi, ônibus ou transfer. O transfer compartilhado costuma ser a alternativa com melhor custo-benefício, mas a escolha final depende de diferentes fatores.
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Já quando o assunto é locomoção pela capital, é o transporte público que sai na frente em vantagens. Isso porque ônibus e metrô funcionam de forma integrada, com estações espalhadas por todos os cantos. Para planejar seus trajetos, confira nosso artigo sobre o tema.
Na cidade, há muitos casos de taxistas que aplicam golpes em turistas. Por isso, quando recorrer ao táxi prefira os oficiais (de preferência com valores tabelados ou pré-determinados).
O Uber, apesar de funcionar e ser bastante vantajoso em alguns casos, ainda não é legalizado no Chile. Portanto, quem faz uso dele pode ficar sujeito a algumas situações, como viajar no banco do carona ou lidar com cancelamentos repentinos.
Leve isso em consideração na hora de avaliar opções.
QUANDO VISITAR SANTIAGO DO CHILE
Santiago é receptiva em qualquer época. O que muda ao longo do ano é a temperatura e, em consequência, os tipos de atrativos mais adequados a ela.
Durante o inverno, por exemplo, é temporada de neve na Cordilheira dos Andes. Sendo assim, julho, agosto e setembro são épocas perfeitas para curtir o Valle Nevado e Farellones.
No auge do verão, os dias santiaguinos são longos, com pores do sol que acontecem quase às 9 da noite. Também é na estação que as vinícolas estão radiantes e o céu convida para um piquenique no Embalse el Yeso.
Primavera e outono têm temperaturas amenas, ótimas para caminhar pela capital num ritmo agradável.
Falando de movimento, em janeiro e julho Santiago recebe maior quantidade de turistas. Mas nada que atrapalhe ou deixe a cidade super lotada.
E se você gosta mesmo é de festividades, saiba que na segunda quinzena de setembro acontece a maior comemoração. As Fiestas Patrias, nos dias 18 e 19, reúnem comidas e danças típicas, além de muita animação. Apenas tome cuidado com a programação nessas datas, já que comércio e algumas atrações fecham.
ONDE SE HOSPEDAR EM SANTIAGO
De forma geral, a maior parte da zona turística de Santiago se concentra na região central. Por causa disso, os bairros que ficam na área (ou próximos a ela) tendem a ser os mais indicados para estadia. Os principais são: Lastarria, Bellavista, Providencia e o próprio centro comercial/histórico (que infelizmente está um pouco degradado).
Tais bairros também são bem atendidos pelo transporte. Hospedando-se perto de uma estação de metrô, você consegue explorar praticamente toda a capital sem problemas.
No entanto, dois locais um pouco mais afastados também entram na lista de possibilidades: Las Condes e Vitacura. Residenciais e nobres, são ideais para quem procura certo sossego. Eles também ficam mais próximos dos Andes, algo interessante se o objetivo é priorizar atrativos na neve.
Como cada bairro tem o seu estilo e atrações próprias, escrevemos um artigo exclusivo sobre os bairros de Santiago. Mas para quem busca uma posição central e ainda assim confortável, as recomendações são Lastarria, Bellavista e Providencia.
Abaixo, confira algumas acomodações recomendadas nesses bairros:
Econômico
Bom custo-benefício:
Conforto
|
QUANTO TEMPO FICAR EM SANTIAGO DO CHILE
Atrações não faltam na capital chilena, independentemente do tempo que você tem. Porém, eu recomendo reservar pelo menos 3 dias inteiros para o seu roteiro em Santiago. Durante esse período é possível conhecer os pontos turísticos mais famosos.
Caso possa estender a aventura e ficar mais alguns dias, ainda sobra espaço para passeios de bate-volta. Afinal, dar um pulo no litoral ou se surpreender com a paisagem de Cajon del Maipo são boas ideias, né?
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ROTEIRO EM SANTIAGO PARA 3, 4 OU 5 DIAS DE VIAGEM
Nesta sugestão de roteiro em Santiago, reuni as principais atrações nos 3 primeiros dias de viagem. Assim, mesmo quem não tem muito tempo já conseguirá aproveitar bem a cidade!
Para o quarto e quinto dia do roteiro, selecionei atrações interessantes nos arredores de Santiago para quem pode estender a viagem.
Ao final, você ainda pode conferir o mapa de todas as atrações citadas. Assim, fica mais fácil adequar o seu itinerário de forma otimizada.
Confira todas as dicas a seguir:
Dia 1 do Roteiro em Santiago: centro e arredores
Centro histórico
Seja apresentado a Santiago através do centro histórico. Por ali estão construções que fazem parte não só da história, mas também da cultura chilena.
Comece o trajeto pelo imponente Palacio de La Moneda, sede da Presidência da República. Você pode fazer um tour guiado pelo interior do palácio e, em dias alternados, assistir ao desfile de troca de guarda.
A famosa fachada do Palacio de La Moneda em Santiago | Foto: Getty Images
O Museo de Arte Precolombino (a 650 metros do La Moneda) é um dos mais importantes do país. Dedicado aos primeiros habitantes da América Latina, ele exibe artefatos que antecedem a época da colonização espanhola.
Do próprio edifício onde está o museu já dá para avistar a Plaza de Armas, ápice do centro. A principal praça da cidade é agitada e cercada por patrimônios, entre eles a Catedral Metropolitana e o Museu Histórico Nacional.
Se quiser ir mais a fundo na história e curiosidades da cidade, uma boa dica é fazer um Free Walking Tour com um guia local.
Mercado Central
Da Plaza de Armas até o Mercado Central são menos de 10 minutos caminhando.
Mercados públicos são ótimos retratos da identidade de um lugar e em Santiago não é diferente. No Mercado Central, o carro-chefe é a culinária. Estandes de frutos do mar, peixes, laticínios e outras delícias tomam conta dos corredores.
Foto: Carlos Figueroa Rojas via Wikimedia Commons
E se a fome bater, os restaurantes estão prontos para oferecer baitas pratos típicos, como a popular centolla. O preço, contudo, não é dos menores. É possível encontrar opções tão boas quanto, mas mais baratas, fora dali.
Cerro Santa Lucía
Finalizado o almoço, que tal desacelerar um pouco no Cerro Santa Lucía? Foi nesse morro que Santiago foi fundada. A área já serviu como fortaleza, protegendo a cidade de invasores, e hoje encanta com seus vários ambientes.
Não deixe de conhecer a Terraza Neptuno e o Mirador, que tem uma vista linda.
Terraza Neptuno no Cerro Santa Lucía | Foto: Getty Images
O Cerro Santa Lucía abre todos os dias e a entrada é gratuita.
Lastarria
Pertinho da parada anterior está um dos lugares mais pitorescos da capital. Confesso que caminhar por Lastarria é uma das minhas atividades favoritas em Santiago.
Ali você consegue jantar em um dos restaurantes, tomar sorvete enquanto olha lojinhas… Ou só sentar em um banco e acompanhar o movimento, já que sempre tem algo curioso acontecendo. Na primeira vez que estive lá, vi um senhor cantando da varanda do seu apartamento enquanto alguns jovens, na rua, o acompanhavam na cantoria. É por aí o clima!
O simpático bairro Lastarria, em Santiago | Foto: Getty Images
No bairro ainda está localizado o ótimo Centro Cultural Gabriela Mistral, que costuma ficar aberto até tarde.
Dia 2 do Roteiro em Santiago: Bellavista e Cerro San Cristóbal
Parque Florestal
Defina o Parque Florestal como ponto de partida no segundo dia por terras santiaguinas. É fácil chegar até ele de transporte público (estação de metrô Bellas Artes ou Baquedano).
O parque tem uma extensa área verde, com jardins fotogênicos. Lá também fica o Museo Nacional de Bellas Artes, que reúne milhares de peças no acervo.
La Chascona
A próxima parada é quase um item obrigatório no roteiro. Caminhando a partir do Parque Florestal, você estará nela em aproximadamente 15 minutos.
A casa de Pablo Neruda não é interessante só para os admiradores de literatura e poesia. La Chascona é dona de arquitetura peculiar, além de uma história que vai de encontro à época da ditadura chilena. Para a visita, há guias com áudio em português.
A curiosa La Chascona de Pablo Neruda | Foto: Patton via Flickr
Patio Bellavista
Um complexo gastronômico e comercial a céu aberto, com dezenas de restaurantes e lojas de todos os tipos. Já dá para perceber que é fácil passar algumas boas horas no Patio Bellavista, não é?
O agradável Pátio Bellavista | Foto: Patio Bellavista
Se quiser almoçar no espaço, a decisão é acertada. A variedade de estabelecimentos é tanta que você encontra de pratos franceses a hambúrguer.
E o melhor é que o Patio está a apenas 350 metros da La Chascona. Basta seguir pela rua Constitución.
Cerro San Cristóbal
Do Patio Bellavista, siga para a Pio Nono, número 450. A caminhada é de 5 minutos. Chegando ao destino, logo verá os funiculares que sobem o Cerro San Cristóbal.
A vista incrível do Cerro San Cristóbal | Foto: Getty Images
O cerro é mais uma unanimidade entre os viajantes. Imenso, fica dentro do Parque Metropolitano e reserva paisagens de arrancar suspiros.
Depois de subir pelo funicular, você encontra no topo o terraço principal, com um mirante. Também é lá que estão a estátua e santuário da Virgem da Imaculada Conceição; e a praça central, ponto estratégico para provar o mote con huesillos.
E se engana quem pensa que isso é tudo. Se a disposição para descer o morro for grande, pelo caminho o visitante se depara com surpresas. Jardim Japonês, piscinas públicas e outros mirantes fazem parte do pacote.
Em contrapartida, quem quer uma experiência menos cansativa pode fazer o percurso de retorno por teleférico, tendo uma visão aérea das belezas.
Dia 3 do Roteiro em Santiago: vinícolas e Sky Costanera
Viña Cousino Macul
É difícil visitar o Chile e não sentir vontade de conhecer uma vinícola. A boa notícia é que há algumas de fácil acesso a partir de Santiago. Uma delas é a tradicional Cousino Macul.
Degustação de vinhos na Viña Cousiño Macul | Foto: Viña Cousiño Macul
Para chegar até a vinícola, parta da estação de metrô Tobalaba em direção à Plaza de Puente Alto (linha 4 ou azul). Você vai descer na estação Quilín. Daí, pode completar o curto trajeto com ônibus da linha D17 ou táxi.
O tour pela vinícola deve ser reservado com antecedência. Nele, os interessados percorrem vinhedos, adegas e museu. Degustações também estão incluídas.
Viña Concha y Toro
Na segunda parte do dia, a rota pelas vinícolas continua.
O tour pela Concha y Toro é famoso entre brasileiros. Sua versão regular é oferecida em português e apresenta características interativas, o que agrada até mesmo quem não é muito familiarizado com vinhos.
Foto: Concha y Toro
De Quilín até Las Mercedes (também linha azul, sentido Plaza de Puente Alto) são 13 estações de metrô. Chegando nela, complete o caminho de táxi ou ônibus (n° 73, 80 ou 81).
Outra opção é optar por reservar um tour com transporte no próprio site da Concha y Toro.
Sky Costanera
Na volta, aproveite a descida na estação Tobalaba para se admirar com o prédio mais alto da América Latina. O Sky Costanera abriga um shopping center com ampla rede de lojas, complementada por um mirante arrasador.
Foto: Sky Costanera
A dica é ir até os andares panorâmicos no pôr do sol. O visual em 360° graus, combinado com as cores do entardecer, deixa o cenário lindo. E o que falar da Cordilheira dos Andes cercando a cidade?
Dia 4 do Roteiro em Santiago: Cajon del Maipo ou Valle Nevado
Cajon del Maipo
Depois de desbravar Santiago, ainda sobrou um dia na agenda? Ótimo, Cajon del Maipo está lhe esperando!
A região abrange uma série de cidadezinhas próximas a capital (são cerca de 2 horas de viagem até elas). O trajeto já é uma atração, pois apresenta novas paisagens e bastante contato com a natureza.
Mas não para por aí!
Em Cajon del Maipo dá para tomar banho em piscinas termais (com o plus de ter os Andes como pano de fundo); fazer trekkings; e, claro, dar uma olhada no Embalse el Yeso. Aos pés da Cordilheira, a represa encanta pelo tom das águas e rusticidade do ambiente.
O incrível Embalse el Yeso em Cajon del Maipo | Foto: Getty Images
Para chegar em Cajon, as melhores alternativas são alugar um carro ou fazer um tour oferecido pelas agências de turismo (como este). No entanto, se pretende ir até Embalse El Yeso dirigindo, saiba que o caminho tem trechos bem estreitos e sinuosos. No inverno, a rota fica perigosa e até agências costumam não fazê-la.
Valle Nevado
Se sua viagem for na temporada de inverno, experimente trocar Cajon del Maipo pelo Valle Nevado.
Passar o dia em uma montanha coberta de neve, seja contemplando o clima, brincando ou esquiando, não tem contraindicação. Somado aos encantos naturais, a estrutura do vale torna o passeio bem completo.
Valle Nevado no ápice do inverno | Foto: Valle Nevado
Pelo complexo há áreas gastronômicas em ambientes externo e interno; loja para aluguel de roupas e equipamentos; gôndolas; e rede hoteleira.
A melhor forma de ir é de transfer ou fechando com uma agência de turismo (como nesta opção).
Dia 5 do Roteiro em Santiago: Viña del Mar e Valparaíso
Vinã del Mar
Tem mais um dia reservado para as andanças chilenas? Prepare-se, então, para uma programação pela costa do Pacífico. Começando pela chegada em Viña del Mar, que fica a cerca de 1 hora e meia da capital.
Castelo Wulff em Viña del Mar | Foto: Getty Images
A atmosfera do balneário é de certo requinte, com grandes mansões, restaurantes de alta gastronomia e praias.
Entre os pontos turísticos estão o Relógio das Flores, Castelo Wulff e o Cassino. Em Vinã ainda temos o Museo Fonck, conhecido por ser um dos únicos lugares do mundo onde você pode ver um Moai fora da Ilha de Páscoa.
Valparaíso
Uma vez em Vinã del Mar, não abra mão de estender a visita até Valparaíso.
Apesar das duas cidades serem coladas, não podiam ser mais diferentes. Enquanto Vinã esbanja ares luxuosos, Valparaíso exibe uma vibe artística e histórica. Tanto que é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco.
Neste reduto portuário chamam atenção as ladeiras com casinhas coloridas, os muros grafitados e as construções antigas. Lá também fica outra casa-museu de Pablo Neruda, a La Sebastiana (que tem uma vista incrível do mar).
Cerro Concepción em Valparaíso | Foto: Getty Images
Para chegar em Viña del Mar e Valparaíso é possível escolher entre ônibus, carro ou passeio fornecido por agências – mais indicado para quem tem apenas 1 dia. Neste tour saindo de Santiago, por exemplo, você passa pelas duas cidades e ainda combina com passeio a uma vinícola no Valle de Casablanca.
Já se você pretende esticar a viagem e passar pelo menos uma noite no litoral chileno, o nosso guia exclusivo de Valparaíso e Viña del Mar vai te ajudar.
Baixe o mapa
Gostou das dicas? Abra o mapa das atrações no Google Maps do seu celular para conferir todas as dicas em tempo real durante a sua viagem:
Vale sempre lembrar que você pode adaptar o seu roteiro em Santiago do jeito que preferir.
Plural, a capital chilena nos presenteia com momentos inesquecíveis, seja qual for nosso estilo de viagem. Aproveite e bom passeio!
