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“O que fazer na Namíbia: principais pontos turísticos”


A primeira coisa que eu ouvia quando dizia para as pessoas que estava indo para a Namíbia era: “Mas o que você vai fazer lá?”, “Por que a Namíbia?”

Vou ser bem sincera! A decisão de visitar a Namíbia veio com uma promoção de passagens e eu tinha pouquíssima noção do que era o país antes de começar a pesquisar sobre ele. Qual foi a minha maior dificuldade? A Namíbia ainda não é um destino popular entre os brasileiros e, pelo que percebi, investe muito pouco em publicidade turística (apesar de ter uma ótima estrutura no ramo), o que tornou o planejamento da viagem uma saga. Por isso, tentei compilar numa série de posts todas as informações que eu gostaria de saber antes da minha viagem.

Mas antes de dar dicas práticas de como operacionalizar a sua viagem (visto, moeda, hospedagem e locomoção), vamos falar sobre o que eu considero primordial para a definição do seu roteiro: afinal, o que fazer na Namíbia?

O QUE FAZER NA NAMÍBIA: PRINCIPAIS ATRAÇÕES E PONTOS TURÍSTICOS

Safári no Parque Nacional do Etosha

Animais no Parque Nacional do Etosha
Animais matando a sede em uma lagoa no Parque Nacional do Etosha

O Parque Nacional do Estosha (Etosha National Park) é, sem dúvidas, o maior e o principal destino para quem deseja ver animais selvagens na Namíbia. Aliás, ele é uma das melhores reservas da África para a realização de safáris.

O Parque, que ocupa uma área de mais de 22.000 km² (pouco maior do que o Estado de Sergipe), tem 23 % da sua área tomada pelo Etosha Pan – uma grande salina quase sempre seca.

Apesar de a Namíbia ser o país mais seco da África subsaariana, a região do Etosha possui clima semiárido, o que faz do Parque o lar de centenas de espécies de aves, répteis e mamíferos. Dentre eles, se encontram quatro dos Big Five: leão, leopardo, elefante e rinoceronte (incluindo o quase extinto rinoceronte negro).

É importante lembrar que, por ser terminantemente proibido o safáris off-road (fora da estrada) e a caça dentro do Parque Nacional do Etosha, os animais podem viver em total liberdade no seu habitat natural.

Costa dos Esqueletos (Skeleton Coast)

Lobos marinhos em Cape Cross, na Namíbia
Lobos-marinhos em Cape Cross, no sul da Costa dos Esqueletos

A Costa dos Esqueletos (Skeleton Coast) fica no noroeste do país e ocupa parte do Deserto da Namíbia. Protegida pelo parque nacional de mesmo nome, é certamente um dos lugares mais fascinantes (e aterrorizantes) da África.

As condições geográficas da costa incluem dunas, cânions, muita névoa (resultado do choque entre a corrente fria de Benguela com o calor desértico da Namíbia) e o encontro do rio Cunene com o oceano – que, de presente, traz alguns crocodilos para a água salgada.

Por que o nome “Costa dos Esqueletos”? Ossos de animais podem ser encontrados na costa, mas o que chama a atenção são os inúmeros esqueletos de baleias naufragadas na praia. Além disso, a costa é comumente associada a naufrágios famosos e histórias de marinheiros que se perderam no deserto em busca de água e comida. O resultado disso são as carcaças de barcos e navios jogados na areia.

Ao sul da costa, é possível visitar Cape Cross, uma reserva de lobos-marinhos que concentra uma das maiores colônias da espécie do mundo. Se você tiver estômago (o cheiro e o “grito” dos bichos são atordoantes), não deixe de conhecer!

Tribo Himba

Provenientes da região sul da Angola, muitas tribos Himbas, que são semi-nômades e pastoris, migraram para a Namíbia em busca de água e solos mais férteis. Isso na visão bonita da história, já que uma versão mais realista fala do massacre germânico contra esse povo.

Sobre as tradições da cultura Himba, o traço mais marcante, certamente, está no visual dos seus integrantes. As mulheres vestem saias de pele de carneiro e trançam seus cabelos com otize (uma mistura de ocre e gordura animal), que também serve para besuntar a pele. As meninas, antes de atingirem a puberdade, usam duas tranças no cabelo e um colar colorido de madeira para representar a sua pureza. Os meninos usam apenas uma trança no cabelo e, após se casarem, usam um turbante. Todos utilizam a fumaça de plantas locais incineradas para a higiene íntima e para repelir os insetos.

Como boa parte das tribos se encontra no extremo norte da Namíbia e mantém o estilo semi-nômade, visitá-las não é assim tão simples. Apesar disso, há uma pequena concentração de himbas na região de Damaraland (entre o Parque Nacional do Etosha e a costa). O principal ponto de visitação é a Otjikandera Himba Village, que foi fundada (por um alemão) a partir de um orfanato e recebe visitantes para um tour guiado. 

Já adianto que esse tour é algo polêmico: não dá pra saber o que é real e o que é encenação. Mas é importante ter os himbas em mente porque seja em Swakopmund ou na capital Windhoek, você verá as mulheres Himbas vendendo o seu artesanato nas feiras.

Swakopmund: a capital dos esportes radicais

O que fazer na Namíbia: Swakopmund
Que tal um banho de mar? Saiba que a água é bem gelada!

Swakopmund é a segunda cidade mais populosa da Namíbia (mesmo tendo apenas 42 mil habitantes) e é o principal balneário do país.

A cidade, que fica na costa do Deserto da Namíbia e guarda um dos principais portos do sudoeste africano, possui fundação alemã (1892) e é, até hoje, um exemplar da arquitetura colonial

Swakopmund é muito bonita, limpa e organizada, mas não se limita a isso. Ela também é a capital namibiana dos esportes radicais! Você poderá fazer sandboard em dunas gigantes, corrida de quadriculo no deserto e até mesmo pular de paraquedas. Ver a costa de cima não tem preço! 

Deserto da Namíbia: Sossuvslei e Deadvlei

Deadvlei e Sossuvslei na Namíbia
Acácias fossificadas no Deadvlei

O Deserto da Namíbia não é só o deserto mais antigo do mundo (são 55 milhões de anos, tá bom?), mas também possui a maior duna de areia, com 340 metros de altura.

O principal ponto turístico do Deserto da Namíbia é o Sossuvslei, uma área de beleza intocada situada no parque Namib-Naukluft. Dunas vermelhas e céu estrelado fazem dele um dos cenários mais incríveis da natureza.

Dentro do Sossuvslei, ainda é possível visitar o incrível Deadvlei, que significa “pântano morto”. O Deadvlei já foi um lugar fértil quando era banhado pelo rio Tsauchab, mas há muitos séculos um bloqueio do curso d’água tornou a área seca e estéril. 

Graças à aridez do deserto e à alta concentração de sal e argila, as acácias que existiam ali há 900 anos atrás secaram e foram fossificadas, formando um (lindo) cemitério de árvores. Se em algum lugar do mundo é possível ver beleza na morte, esse lugar certamente é o Deadvlei.

Kolmanskop: a cidade fantasma

A cidade fantasma de Kolmanskop, na Namíbia
Casa invadida pelo deserto em Kolmanskop

Em 1908, após a descoberta de uma mina de diamantes na região, nasceu a cidade de Kolmanskop.

A cidade, que foi fundada pelos alemães em meio ao deserto, foi recoberta de todo o luxo europeu. Possuía hospital, salão de festas, escola, teatro, boliche, cassino, padaria, açougue, uma fábrica de móveis e, até mesmo, a primeira estação de raio X do hemisfério sul.

Poucas décadas depois da sua fundação, fatores como o enfraquecimento da Alemanha e a tomada da Namíbia pela Inglaterra durante a 1ª Guerra Mundial, o quase que esgotamento dos minérios e a descoberta de uma nova mina mais ao sul levaram os moradores de Kolmanskop a deixar a cidade. As últimas famílias saíram em 1956, a transformando em uma cidade fantasma.

A força do vento sobre as dunas fizeram com que, nos anos seguintes, Kolmanskop fosse tomada pela areia. Quase não há portas e janelas que resistiram à ação do tempo, por isso a maioria dos edifícios foram completamente invadidos pelas dunas.

Fish River Canyon

O que fazer na Namíbia: Fish River Canyon
Nascer do sol no Fish River Canyon

Situado no extremo sul da Namíbia, o Fish River Canyon é o maior cânion da África e o segundo maior do mundo, perdendo apenas do Grand Canyon, nos Estados Unidos. A imensidão do lugar é realmente de tirar o fôlego!

Existem alguns mirantes nas extremidades do Fish River Canyon. Mas, para os mais aventureiros, é possível fazer um trekking de 86 km cânion adentro – o percurso dura 5 dias e 4 noites! Para quem interessar, saiba que o trekking só pode ser feito na época de seca, que coincide com o inverno na Namíbia.

Deserto do Kalahari

Deserto do Kalahari: o que fazer na Namíbia
Timão e família no Deserto do Kalahari

O segundo maior deserto da África abrange territórios da Namíbia, Botswana e África do Sul. Porém, há quem diga que o Deserto do Kalahari sequer é um deserto, já que a má distribuição das chuvas decorrem numa significativa e irregular proliferação de animais e vegetais na região.

No caso do Kalahari namibiano, o clima é sim desértico. Mas não se engane! Apesar das altas temperaturas e a escassez de precipitações (que acontecem com timidez no verão), a paisagem ali não se assemelha em nada com o Deserto da Namíbia!

As dunas são menores e dão espaço para a vegetação, que alimenta muitos herbívoros e ajuda na camuflagem de predadores como o guepardo. Por isso, o Kalahari oferece safáris com uma abundante fauna sob uma perspectiva bem diferente do que estamos acostumados a ver.

Mais um motivo para conhecer o Kalahari? Aqui também é a principal casa do animal mais fofo da África: o Timão suricato!

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